2f6o50
Ciclo E Tudo o Vencedor Levou
Sessão 1 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: as consequências do trabalho sazonal no Algarve e da terciarização da economia; semelhanças entre o estilo de animação de Percebes e de A Fala dos Animais (série de Nick Park, criador de Wallace e Gromit); o coletivo de animação portuense Bando à Parte (BAP)
]]>Ciclo E Tudo o Vencedor Levou
Sessão 1 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: a direção de fotografia de Pat Scola (a película Super 16 e o aspeto documental; o aproveitamento da luz natural por entre as janelas e o arame farpado); o elenco profissional e não profissional; a performance das várias masculinidades entre o pátio e o palco; perspetivas abolicionistas dentro de uma realidade punitivista (o programa da Reabilitação pelas Artes, a esperança versus o determinismo de uma vida na prisão); o trabalho de Regina Guimarães com reclusos de estabelecimentos prisionais; perspetivas sobre a banda sonora de Sing Sing
]]>Ciclo Tomar a Liberdade
Sessão 5 de 5
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: a travessia como gesto — Lia procurava alguém ou o seu próprio caminho?; o acaso digital (que trouxe Deniz Dumanlı ao filme através de um anúncio no Facebook) e a decisão de Levan Akin em deixar as respostas a cargo do espectador; o ser belo (já dizia Umberto Eco que “belo é tudo aquilo a que os homens chamarem de belo”)
]]>Ciclo Tomar a Liberdade
Sessão 4 de 5
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
🇵🇸
]]>Ciclo Tomar a Liberdade
Sessão 3 de 5
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: o cânone queer de filmes felizes (dentro do possível), incluindo o filme Beautiful Thing (de que ámos um excerto antes do Orgulho) e But I'm a Cheerleader (sugerido por uma espectadora); a história de vida real que inspirou o filme e os acrescentos dramáticos; o ativismo gay e lésbico contra HIV/sida ao longo da década de 1980
]]>Ciclo Tomar a Liberdade
Sessão 2 de 5
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: a programação deste filme em continuidade com Eu, Capitão (depois da travessia, um dos destinos prováveis de um emigrante africano chegado à Europa); a vida real do mecânico/ator Adou Sangaré; a realização verité, quase documental de Boris Lojkine; a desumanização dos estafetas às mãos de uma empresa anónima, tirana, burocrática e remota; o que está ao nosso alcance?
]]>Ciclo Tomar a Liberdade
Sessão 1 de 5
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: o Senegal como nova (e aparentemente improvável) origem de emigrantes; a adolescência e a ilusão da Europa; os relatos de vida real que inspiraram o filme (sobretudo Mamadou Kouassi); os elementos fantasiosos/alucinatórios; a sessão especial na residência do Papa Francisco e a digressão de Matteo Garrone pelo Senegal
]]>Ciclo Prato Forte
Sessão 3 de 3
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: a culinária como disciplina e cuidado, a comida como expressão de amor e sensualidade; a produção do filme e o food styling; a inspiração do gastrónomo Brillat-Savarin; a sequência de abertura a acertar o ritmo para o resto do filme; a inspiração do gastrónomo Brillat-Savarin; memórias pessoais de comida e da cozinheira oureense Sandra Silva (autora do receituário Pratos que Ligam: Dos Castelos ao Mundo, edição de autor, 2022)
]]>Ciclo Prato Forte
Sessão 2 de 3
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Sessão marcada pelo banquete que o público muito amavelmente nos trouxe: bolo galego (da Paula), pastéis de feijão e rissóis de pescada (da Maria de São José, em tributo ao Comezainas), panquecas e mochis (da Berta).
]]>Ciclo Prato Forte
Sessão 1 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: a importância de tratar receitas como histórias e, por conseguinte, património a preservar; o cuidado da animação; a diva Maria da Piedade e as tiradas do seu marido; o bom do rissol de pescada
]]>Ciclo Prato Forte
Sessão 1 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: o conto original; o ritmo glaciar; a manipulação religiosa e a falta de mundo; o pecado e a espiritualidade no protestantismo vs. no catolicismo; o facto de ser um dos filmes favoritos do Papa Francisco!
]]>Ciclo O Milagre do Caos
Sessão 4 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: o facto de Flee particularizar a história de Amin, um homem refugiado e homossexual, complexo, com uma vida, um ado e um futuro – em vez do habitual tratamento redutor, que nos mostra massas de gente anónima e em sofrimento; a força da animação, que surpreendeu alguns espectadores por não os afastar minimamente da história, por comovê-los talvez mais ainda do que uma reportagem de carne e osso; a influência do colonialismo europeu na perceção da homossexualidade nos países do Médio Oriente.
(dois cartazes oferecidos ao Pedro Casinhas e à Daniela Antunes, vencedores do pequeno quiz no fim da sessão!)
]]>Ciclo O Milagre do Caos
Sessão 4 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: os vários estilos de animação e como conseguem dar forma ao caos; as dificuldades de interpretação e como isso não inibe o aproveitamento do filme
]]>Ciclo O Milagre do Caos
Sessão 3 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: a representatividade no cinema (diante e atrás das câmaras), o racismo enraizado, brutalidade policial, filme-tributo à comunidade e cultura negra, o legado e os manifestos de Spike Lee, as controvérsias em torno de Do The Right Thing, Martin Luther King 🤝 Malcolm X, o cinema do caos e a cinematografia do calor.
]]>Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 4 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 4 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 3 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 3 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 3 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 3 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 3 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 2 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 2 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 1 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre
Sessão 1 de 4
Rua do Campo de Futebol, Ourém
O Dia Mais Curto 2023 — Programa "Amiguinhos"
Filme 6 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2023 — Programa "Amiguinhos"
Filme 5 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2023 — Programa "Amiguinhos"
Filme 4 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2023 — Programa "Amiguinhos"
Filme 3 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2023 — Programa "Amiguinhos"
Filme 2 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2023 — Programa "Amiguinhos"
Filme 1 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
Ciclo O Milagre do Caos
Sessão 2 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Principal
Tópicos discutidos na tertúlia: 🥟🥟🥟🥟🥟 (afinal, ninguém perdeu a fome, pelo contrário! não sobrou migalha do bolo e toda a gente lamentou a falta de dumplings para petiscar)
]]>Ciclo O Milagre do Caos
Sessão 2 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Principal
Tópicos discutidos na tertúlia: limitações de orçamento e estratégias de superação no cinema independente; o invólucro de um filme de terror (banda sonora, iluminação, planos) aplicado a uma comédia tensional; sugar dating enquanto trabalho sexual (ou não); o sexo enquanto forma de controlo; o poder irreprimível de uma criança gritona
]]>Ciclo O Milagre do Caos
Sessão 1 de 4
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Tópicos discutidos na tertúlia: o rejuvenescimento do cinema alemão na década de 1990; as sinergias (estéticas, musicais e promocionais) com a MTV; o baixo orçamento e a liberdade para experimentar; a raridade do filme de ação que não sexualiza a sua protagonista, além de ser ela quem salva o mânfio (patético, por sinal); livre-arbítrio vs. determinismo (quando é que este filme se torna visionamento obrigatório para alunos de Filosofia do 11.º ano? etc.); o porquê de Franka Potente ser o melhor nome de ator na história do cinema...
]]>O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Novas Curtas Portuguesas"
Filme 1 de 4 [Programação Extra]
Sede da Albardeira Associação Cultural
O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Novas Curtas Portuguesas"
Filme 3 de 4 [Programação Extra]
Sede da Albardeira Associação Cultural
O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Novas Curtas Portuguesas"
Filme 2 de 4 [Programação Extra]
Sede da Albardeira Associação Cultural
O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Novas Curtas Portuguesas"
Filme 1 de 4 [Programação Extra]
Sede da Albardeira Associação Cultural
O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Amiguinhos"
Filme 6 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Amiguinhos"
Filme 5 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Amiguinhos"
Filme 4 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Amiguinhos"
Filme 3 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Amiguinhos"
Filme 2 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
O Dia Mais Curto 2024 — Programa "Amiguinhos"
Filme 1 de 6 [Programação Extra]
Biblioteca Municipal de Ourém
Ciclo No Escurinho do Cinema
Sessão 4 de 4 (projeção + tertúlia)
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Ciclo No Escurinho do Cinema
Sessão 4 de 4 (projeção + tertúlia)
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Ciclo No Escurinho do Cinema
Sessão 3 de 4 (projeção + tertúlia)
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Ciclo No Escurinho do Cinema
Sessão 2 de 4 (projeção + tertúlia)
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Ciclo No Escurinho do Cinema
Sessão 2 de 4 (projeção + tertúlia)
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Ciclo No Escurinho do Cinema
Sessão 1 de 4 (projeção + tertúlia)
Teatro Municipal de Ourém, Sala Estúdio
Maio, no Cineclube Albardeira, é mês de vitórias. Chamem-lhes Globos de Ourém, mas aqui não fazemos cerimónia: do palmarés internacional para o Teatro Municipal, eis alguns dos filmes mais falados de 2024. Vitoriosos nos Óscares, nos festivais mais prestigiados e muito além.
🎞️ 6 maio, 21h00 • Sing Sing (2023) + Percebes (2024)
🎞️ 13 maio, 21h00 • O Quarto ao Lado (2024)
🎞️ 20 maio, 21h00 • Flow – À Deriva (2024) + Com Amor, Medo (2024)
🎞️ 27 maio, 21h00 • A Substância (2024)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
* programado em conjunto com a curta-metragem Percebes (2024).
A cumprir pena por um crime que não cometeu, Divine G procura o seu propósito de vida num grupo de teatro com outros reclusos. “Sing Sing” é uma carta de amor ao palco; uma revelação dos poderes da arte e da amizade, dentro de uma prisão de segurança máxima.
[6 maio, 21h00]
* programado em conjunto com a longa-metragem Sing Sing (2023).
“Percebes”, curta–metragem pré-nomeada para os Óscares, abre a sessão: com o mar e um Algarve urbano como pano de fundo, seguimos o ciclo completo da vida de um molusco especial.
[6 maio, 21h00]
Julianne Moore e Tilda Swinton defrontam-se no mais recente filme de Pedro Almodóvar. Ingrid e Martha são as suas personagens: grandes amigas que, apartadas pelo tempo, voltam a cruzar caminhos – numa situação extrema.
[13 maio, 21h00]
* programado em conjunto com a curta-metragem Com Amor, Medo (2024).
“Flow” mostra-nos o mundo à beira do fim – e das consequências para um gato, ao ver a sua casa destruída por uma cheia catastrófica. Solitário por natureza, encontra refúgio num barco habitado por diversas espécies; com elas terá de colaborar, numa aventura sem infantilizações nem diálogos.
[20 maio, 21h00]
* programado em conjunto com a longa-metragem Flow – À Deriva (2024).
Telmo Soares, realizador leiriense, dá-nos a conhecer num breve documentário os 5ª Punkada: uma banda que nos tira o tapete e nos ensina empatia. Em digressão pela Europa, dão-se a conhecer intimamente e abrem uma janela para o mundo do artista com deficiência.
[20 maio, 21h00]
Um filme para desmentir quem reduz Demi Moore ao cinema “de pipocas”; um o de fúria contra a sociedade que condena as mulheres por envelhecerem. Numa embalagem satírica e de terror corporal, esta é a história de uma celebridade que decide rejuvenescer, usando uma droga do mercado negro. O que é que poderia correr mal?
[27 maio, 21h00]
Liberdade: não pesa mais do que nos outros meses, mas é em abril que a palavra está em flor, e o cravo brota das nossas bocas. O Cineclube Albardeira dá o ecrã a quem luta por esse bem maior, fugindo pela dignidade, para encontrar uma comunidade – contra o ódio e a barbárie.
🎞️ 1 abril, 21h00 • Eu, Capitão (2023)
🎞️ 8 abril, 21h00 • A História de Souleymane (2024)
🎞️ 15 abril, 21h00 • Orgulho (2014)
🎞️ 22 abril, 21h00 • No Other Land (2024)
🎞️ 29 abril, 21h00 • Crossing: A Travessia (2024)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
Inspirada em relatos da vida real, esta é a odisseia de Seydou e Moussa, que partem do Senegal para a Europa. A amizade entre os dois primos sustenta uma viagem que rapidamente se revela desumana: entre a dura travessia pelo deserto do Sara e a tortura mais atroz na prisão, encontram nos sonhos, na camaradagem e num pouco de fantasia o alento possível.
[1 abril, 21h00]
Como escreveu o crítico Vasco Câmara, “vemo-los todos os dias, não sabemos nada deles”. A História de Souleymane, ficção realmente visceral, é a oportunidade de conhecermos um estafeta vindo da Guiné-Bissau: dia e noite a pedalar por Paris, sem chão nem paz, a preparar-se para a entrevista que determinará se terá direito de asilo.
[8 abril, 21h00]
Em 1984, os mineiros britânicos declararam uma das maiores greves de sempre; por um instante, gays e lésbicas ativistas deixaram de ser os alvos da repressão policial. É então que se decidem aproximar da causa mineira, em solidariedade, mas esta parece ter vergonha desse apoio – e alguns ativistas queer não estão completamente convencidos. Será possível a camaradagem?
[15 abril, 21h00]
Em “Comezainas”, a realizadora Mafalda Salgueiro leva-nos a uma mesa alentejana, num tributo a quem alimenta a sua família todos os dias. “Cozinhar é dar carinho”: a animação cuidada traduz esta máxima, da mãe da realizadora, que a cumpre com receitas adas de geração em geração, eternos gestos de afeto, do paladar ao coração.
[11 abril, 21h00]
Basel Adra, um jovem ativista palestiniano de Masafer Yatta, na Cisjordânia, luta desde a infância contra a expulsão em massa da sua comunidade pelas autoridades israelitas. Ao documentar a destruição das aldeias da sua região natal em câmara lenta, conhece Yuval, um jornalista israelita, que se torna o seu braço-direito.
[22 abril, 21h00]
Em março, o Cineclube Albardeira dá de comer aos olhos. Seguimos receitas e mãos, percorremos cozinhas e mesas, para revelar os ingredientes secretos: o amor que tempera a melhor refeição, o paladar que corrige amargos de boca, a mestria capaz de remediar preconceitos.
🎞️ 11 março, 21h00 • A Festa de Babette (1987) + Comezainas (2022)
🎞️ 18 março, 21h00 • Uma Pastelaria em Tóquio (2015)
🎞️ 25 março, 21h00 • O Sabor da Vida (2023)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
* programado em conjunto com a longa-metragem A Festa de Babette (1987).
Em “Comezainas”, a realizadora Mafalda Salgueiro leva-nos a uma mesa alentejana, num tributo a quem alimenta a sua família todos os dias. “Cozinhar é dar carinho”: a animação cuidada traduz esta máxima, da mãe da realizadora, que a cumpre com receitas adas de geração em geração, eternos gestos de afeto, do paladar ao coração.
[11 março, 21h00]
* programado em conjunto com a curta-metragem Comezainas (2022).
A sa Babette refugia-se da guerra numa pequena aldeia dinamarquesa, onde a devoção significa a renúncia aos prazeres. Quando decide preparar um banquete em agradecimento à aldeia que a acolheu, a comunidade (liderada pelas irmãs Martine e Filippa) estranha os ingredientes e receia sucumbir à gula – mas pela boca morre o pecado.
[11 março, 21h00]
A doçaria tem lugar neste ciclo, na forma de um dorayaki: duas panquecas recheadas com pasta de feijão vermelho. Esta é a especialidade de Tokue, idosa cujo sonho é trabalhar numa pastelaria; para tal, tem de persuadir o gerente, Sentaro, e fintar a discriminação. Um filme doce, mas não meloso – paciente e envolvente.
[18 março, 21h00]
França, 1889: fermenta-se um romance entre um gastrónomo e a sua cozinheira, levedado pelos pratos que inventam e confecionam em conjunto, num meio-termo entre a arte e o afeto. Cinema dos sentidos, de detalhe e cuidado, para nos lembrar de que cozinhar é como amar: não se faz em contrarrelógio.
[25 março, 21h00]
Dia 27 de dezembro de 2023, a Agência da Curta Metragem, em parceria com a Albardeira Associação Cultural, trazem à Biblioteca Municipal de Ourém cinco sessões de curtas metragens para crianças a partir dos 3 anos, para celebrar o solstício de inverno:
🎞️ AMIGUINHOS (37 min • M/3) → na Biblioteca Municipal de Ourém (10h00, 10h45, 14h15, 15h00 e 15h45)
A partir de uma seleção de filmes do Short Circuit - uma rede europeia de organismos que se dedicam à promoção e divulgação de curtas-metragens - conseguimos oferecer às crianças as melhores curtas da Europa. Venha dançar com as personagens destes filmes, pode dançar de tutu, no espaço ou até com cavalos!
🎟️ Entrada livre
🎞️ Em 2023, a Albardeira Associação Cultural decide aproveitar o tão querido mês de agosto para se estrear na programação cinematográfica com um ciclo de cinema português ao ar livre, com especial foco na produção oureense:
🎞️ 5 agosto, 21h30
🎞️ 12 agosto, 21h30
🎞️ 19 agosto, 21h30
🎞️ 26 agosto, 21h30
📍Rua do Campo Futebol no41, Caridade
(À frente da entrada do campo do atlético)
...plus 1 more. View the full list on Letterboxd.
]]>Ao longo de fevereiro, no Teatro Municipal de Ourém.
Os protagonistas deste ciclo demonstram a lei da Murphy: qualquer coisa que possa correr mal, correrá mal, no pior momento possível. Mas também comprovam que a vida, mesmo sendo uma bagunça, não tem de ser indomável – e que, a partir do caos, o cinema pode operar um milagre.
🎞️ 4 fevereiro, 21h00 • Corre, Lola, Corre (1998)
🎞️ 11 fevereiro, 21h00 • Shiva Baby (2020) + Sweet Juices (2023)
🎞️ 18 fevereiro, 21h00 • Não Dês Bronca (1989)
🎞️ 25 fevereiro, 21h00 • Genius Loci (2020) + Flee – A Fuga (2021)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
É um dos grandes filmes alemães dos anos 1990, experimental e frenético: Lola tem 20 minutos para conseguir 100 mil marcos, sob pena de o seu namorado ser morto. Com ela corremos por Berlim, movidos a pura adrenalina. E se correr mal? Temos uma segunda oportunidade – e até uma terceira.
Em parceria com o Goethe-Institut Portugal.
[4 fevereiro, 21h00]
* programado em conjunto com a curta-metragem Sweet Juices (2023).
Um funeral costuma ser um momento solene; para Danielle, é uma série de combates inesperados. 1.º round: familiares bisbilhoteiros – tudo bem até aqui. 2.º round: a ex-namorada – não é ideal. Terceiro round: o seu sugar daddy, a esposa e uma bebé em prantos – ansiedade máxima!
[11 fevereiro, 21h00]
* programado em conjunto com a longa-metragem Shiva Baby (2020).
Uma javarda curta-metragem/degustação de bolinhos de massa (não venham de estômago cheio, por favor).
[11 fevereiro, 21h00]
Com o seu terceiro filme, o cineasta Spike Lee chegou aos Óscares e à Biblioteca do Congresso dos EUA. Do the Right Thing entra em direto de um bairro de Nova Iorque, num dia tórrido de verão: de um lado, os residentes afro-americanos; do outro, os proprietários italo-americanos de uma pizzaria. O calor é inável, a tensão é galopante.
[18 fevereiro, 21h00]
* programado em conjunto com a longa-metragem Flee – A Fuga (2021).
Genius Loci, uma curta-metragem onde o caos urbano ganha vida, para guiar uma jovem solitária.
[25 fevereiro, 21h00]
* programado em conjunto com a curta-metragem Genius Loci (2020).
O caos não tem de ser frenético: pode ser a insegurança total, a fuga de um país em guerra. Flee é a história arrepiante de Amin, um investigador afegão que revisita a sua história enquanto refugiado e pessoa queer.
[25 fevereiro, 21h00]
📽️ Dia 23 de dezembro, a Agência da Curta Metragem, em parceria com a Albardeira Associação Cultural, trazem uma sessão especial a Ourém, para celebrar o solstício de inverno:
🎞️ NOVAS CURTAS PORTUGUESAS (70 min • M/12) → na Sede da Albardeira (21h)
Uma seleção de quatro curtas-metragens portuguesas estreadas recentemente. Entre animação, ficção e documentário, este programa traz-nos diferentes olhares de realizadores emergentes, que nos levam numa viagem por dramas familiares, histórias de adolescência e até à infância, uma sessão cheia de emoção e também humor.
[sinopses individuais nas notas dos filmes]
🎟️ Entrada livre
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Novas Curtas Portuguesas
Sede da Albardeira Associação Cultural • 23 dezembro • 21h00
Sentindo que a mãe já não consegue viver sozinha, uma mulher volta para a sua casa de infância. Enquanto tenta adaptar-se à sua nova situação, a mãe parece mergulhar cada vez mais em si mesma.
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Novas Curtas Portuguesas
Sede da Albardeira Associação Cultural • 23 dezembro • 21h00
Teresa, uma mãe solteira, a o dia na praia com o seu filho de seis anos, Benji, e a sua irmã Marga, que regressou a Portugal para ar as férias de verão. O dia rapidamente torna-se stressante com o discurso constante da irmã sobre as conquistas do filho e as suas críticas a Benji.
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Novas Curtas Portuguesas
Sede da Albardeira Associação Cultural • 23 dezembro • 21h00
Francisco acredita que o seu novo telemóvel irá fazê-lo conquistar o amor de Rita. Mas, naquele dia na praia, as coisas não correm como esperado. Esta é uma comédia dramática sobre os azares da adolescência, a par de um igualmente azarado campeonato de futebol.
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Novas Curtas Portuguesas
Sede da Albardeira Associação Cultural • 23 dezembro • 21h00
Um homem vagueia por um hospital abandonado. Anos depois do seu último encontro, alguém a quem salvou a vida procura-o, no seu antigo consultório, para juntos comporem uma memória do seu ado em comum.
🧩 Dia 23 de dezembro, a Agência da Curta Metragem, em parceria com a Albardeira Associação Cultural, trazem à Biblioteca Municipal de Ourém cinco sessões de curtas metragens para crianças a partir dos 3 anos, para celebrar o solstício de inverno:
🎞️ AMIGUINHOS (35 min • M/3) → na Biblioteca Municipal de Ourém (10h00, 10h45, 14h15, 15h00 e 15h45)
Dedicado ao público infantil maior de 3 anos de idade, a Agência, em parceria com o ShortCircuit, traz um programa nostálgico, reunindo as melhores curtas-metragens europeias infantis dos últimos anos. Uma seleção de 6 curtas-metragens que promete levar-nos numa viagem por diferentes personagens e mundos - recheada de cores e emoções.
[sinopses individuais nas notas dos filmes]
🎟️ Entrada livre, mediante inscrição prévia através do telefone 249 540 900 ou do e-mail [email protected].
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Amiguinhos
Biblioteca Municipal de Ourém • 23 dezembro • 10h00, 10h45, 14h15, 15h00 e 15h45
A lagarta e a galinha são as melhores amigas. Ambas sabem que chegou a altura de se separarem; será a natureza, o pulsar secreto do mundo, a ditar esse ritmo.
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Amiguinhos
Biblioteca Municipal de Ourém • 23 dezembro • 10h00, 10h45, 14h15, 15h00 e 15h45
Uma viagem convidativa pela natureza através do vento (folhas) e dos elementos aquáticos (peixes).
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Amiguinhos
Biblioteca Municipal de Ourém • 23 dezembro • 10h00, 10h45, 14h15, 15h00 e 15h45
Por ser diferente dos outros, o Pequeno Corvo Branco é observado e gozado pelo seu bando. Mas, quando a poluição começa a causar mudanças drásticas no meio ambiente, é o pequeno Corvo Branco que ajuda o bando a encontrar um lar melhor.
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Amiguinhos
Biblioteca Municipal de Ourém • 23 dezembro • 10h00, 10h45, 14h15, 15h00 e 15h45
No planalto de uma montanha, um pastor e a sua estranha manada fazem uma surpreendente e interminável viagem.
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Amiguinhos
Biblioteca Municipal de Ourém • 23 dezembro • 10h00, 10h45, 14h15, 15h00 e 15h45
Numa viagem exótica a uma ilha peculiar, escutamos os sons próprios deste mundo fantástico, que ganha vida à medida que as criaturas que nela habitam saem dos seus esconderijos.
O Dia Mais Curto 2024 • Programa Amiguinhos
Biblioteca Municipal de Ourém • 23 dezembro • 10h00, 10h45, 14h15, 15h00 e 15h45
Por que é que a noite está a mudar o dia? Bem, quando não se gosta de algo, muda-se.
O Cineclube Albardeira despede-se de 2024, com uma câmara apontada ao espelho 🎥
Filmes sobre realizar, interpretar e produzir cinema: fazê-lo e vivê-lo, de Portugal aos EUA, do Brasil ao Irão. Vamos aos bastidores, para abraçarmos o drama. Aprendemos a temperar a vida real com ficção. E voltamos às salas de cinema que nos fizeram felizes, antes de terem fechado as portas.
🎞️ 5 novembro, 21h00 • Ed Wood (1994) + The Big Swallow (1901)
🎞️ 12 novembro, 21h00 • Um Momento de Inocência (1996) + Nunca Mais É Demasiado Tempo (2024)
🎞️ 19 novembro, 21h00 • Irma Vep (1996)
🎞️ 26 novembro, 21h00 • Retratos Fantasmas (2023) + Conseguimos Fazer Um Filme (2024)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
* programado em conjunto com a longa-metragem Ed Wood (1994).
Um dos trabalhos menos conhecidos de uma dupla infalível. Tim Burton e Johnny Depp dão a um realizador único a dignidade que raramente lhe foi concedida em vida: Ed Wood, autor de "Plano 9 do Vampiro Zombie" e outros "maus filmes", mas também um cinéfilo irremediável e um coração de ouro. Antes disso, uma curtíssima-metragem de 1901 ensina-nos a lidar com câmaras indesejadas.
[5 novembro, 21h00]
* programado em conjunto com a curta-metragem The Big Swallow (1901).
Um dos trabalhos menos conhecidos de uma dupla infalível. Tim Burton e Johnny Depp dão a um realizador único a dignidade que raramente lhe foi concedida em vida: Ed Wood, autor de "Plano 9 do Vampiro Zombie" e outros "maus filmes", mas também um cinéfilo irremediável e um coração de ouro. Antes disso, uma curtíssima-metragem de 1901 ensina-nos a lidar com câmaras indesejadas.
[5 novembro, 21h00]
* programado em conjunto com a longa-metragem Um Momento de Inocência (1996).
Encontro com dois realizadores. Um deles é português e consulta uma cartomante para dar forma ao seu filme – este é ficção. O outro é iraniano e decide encenar um acontecimento da vida real, duas décadas depois: o dia em que esfaqueou um polícia numa manifestação – este é realidade, mais coisa menos coisa, numa fusão de ado e presente, de sonhos e medos.
[12 novembro, 21h00]
* programado em conjunto com a curta-metragem Nunca Mais É Demasiado Tempo (2024).
Encontro com dois realizadores. Um deles é português e consulta uma cartomante para dar forma ao seu filme – este é ficção. O outro é iraniano e decide encenar um acontecimento da vida real, duas décadas depois: o dia em que esfaqueou um polícia numa manifestação – este é realidade, mais coisa menos coisa, numa fusão de ado e presente, de sonhos e medos.
[12 novembro, 21h00]
Maggie Cheung – de "Disponível para Amar" e outros filmes de Wong Kar-wai – aterra em Paris, para uma produção em alvoroço. Compete-lhe interpretar Irma Vep, ladra e espiã em látex, cujo nome é um anagrama para "vampire", mas precisa, primeiro, de perceber o que raio se a nesta rodagem. É o reino da confusão e do caricato. É o cinema a devorar-se a si próprio.
[19 novembro, 21h00]
* programado em conjunto com a longa-metragem Retratos Fantasmas (2023).
Quando um cinema fecha as portas, para onde vão os nossos sonhos? Kléber Mendonça Filho, realizador de "Aquarius" e "Bacurau", leva-nos em viagem pelas salas e as telas que nos formaram enquanto cinéfilos e pessoas. Uma sessão entre o estado brasileiro do Recife e o bairro lisboeta da Quinta do Loureiro, onde a pré-adolescente Maria Inês experimenta o amor e o processo de fazer um filme.
[26 novembro, 21h00]
* programado em conjunto com a curta-metragem Conseguimos Fazer Um Filme (2024).
Quando um cinema fecha as portas, para onde vão os nossos sonhos? Kléber Mendonça Filho, realizador de "Aquarius" e "Bacurau", leva-nos em viagem pelas salas e as telas que nos formaram enquanto cinéfilos e pessoas. Uma sessão entre o estado brasileiro do Recife e o bairro lisboeta da Quinta do Loureiro, onde a pré-adolescente Maria Inês experimenta o amor e o processo de fazer um filme.
[26 novembro, 21h00]
Quantas vezes um filme é salvo pelo seu protagonista? Alguém reclama o holofote e ofusca tudo o resto, sem sombra de dúvidas, para nem tudo ser uma perda de tempo – o que não se aplica a nenhum dos quatro títulos que a Albardeira traz no seu regresso ao TMO. Grandes performances para grandes obras: o crime bem intencionado de Al Pacino, a decadência gloriosa de Gena Rowlands, a megalomania de Ken Ogata e a ambição tresloucada de Mia Goth.
🎞️ 8 outubro, 21h00 • Um Dia de Cão (1975)
🎞️ 15 outubro, 21h00 • Noite de Estreia (1977)
🎞️ 22 outubro, 21h00 • Mishima (1985)
🎞️ 29 outubro, 21h00 • Pearl (2022)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
“Cão” rima com contradição. É tensão de alta voltagem; é também farsa para rir a bandeiras despregadas. É um assalto a um banco, mas não se detetam os estratagemas nem a perícia de um “heist film” – muito pelo contrário. Afinal, é uma história baseada num episódio mediático da vida real, e Hollywood só pode acentuar a tendência da vida real para o caos.
Sidney Lumet é um cineasta da cacofonia (a comédia absurda de “Escândalo na TV”, o drama judicial de “Doze Homens em Fúria”). Neste “Dia de Cão”, por entre a algazarra, procuramos os motivos escondidos, encontramos muitas surpresas e torcemos pelo assaltante: o brilhante Al Pacino.
[8 outubro, 21h00]
“Assombro” pode sugerir iração, terror, ou fantasma; em Noite de Estreia, significa tudo isso a um só tempo, graças à eletrizante, perturbadora performance de Gena Rowlands (falecida em agosto deste ano; esta é a nossa pequena homenagem a uma das maiores atrizes de sempre). A sua personagem, Myrtle, é uma atriz à deriva: prestes a estrear uma nova peça de teatro, sofre um esgotamento nervoso. Perde o controlo sobre o papel e sobre si mesma, numa espiral descendente regada a álcool.
Ao seu redor, John Cassavetes constrói um “mundo primal (...) pintado de vermelhos berrantes", como escreveu o jornalista Dom Nero, para ilustrar "os rituais quase satânicos” do palco. Deixem-se ser assombrados.
[15 outubro, 21h00]
O narcisismo ganhou uma roupagem fofinha na internet: “síndrome de personagem principal”. Talvez demasiado fofinha para Yukio Mishima: escritor, modelo, ator e esteta, considerado cinco vezes para o Nobel da Literatura, antes de ter formado o seu próprio exército em 1970 para devolver a glória ao império japonês. Foi humilhado e esventrou-se com uma espada.
Assim reza a estranha história de Mishima, a que o ator Ken Ogata dá o seu sangue, músculo e nervo. Um filme arrepiante, assinado por Paul Schrader (“Touro Enraivecido”, “A Última Tentação de Cristo”), de fotografia surrealista e banda sonora hipnotizante (cortesia de Philip Glass). Controverso como o seu sujeito, filme de culto e vertigem, nunca foi autorizado o seu lançamento no Japão.
[22 outubro, 21h00]
Ao contrário do que hoje se papagueia, o século XXI não inventou uma geração sedenta por fama. A celebridade só se tornou mais instantânea, com meios mais rápidos de a alcançar. “Pearl”, título e nome da protagonista, demonstra isso mesmo: uma aspirante a atriz, que se define como uma estrela, mesmo antes da sua primeira audição.
A mãe tirana e o pai paralisado, com quem vive numa quinta do Texas, são dois dos obstáculos na corrida. A psicopatia é outro. Os resultados serão violentos, mas brilhantes e sarapintados como num filme dos anos 1940 – onde nada seria tão explícito como aqui, num filme que pertence à impressionante Mia Goth.
[29 outubro, 21h00]
Pelo segundo ano consecutivo, a Albardeira propõe um Ciclo de Cinema Português ao ar livre — disperso, desta vez, pelas freguesias do concelho de Ourém. A 15, 17, 24 e 31 de agosto, há sessões no Olival, Rio de Couros, Caxarias e Alburitel.
Programa completo:
🎞️ 15 agosto, 21h45 • O Filme do Bruno Aleixo (2019)
🎞️ 17 agosto, 21h45 • Volta à Terra (2014)
🎞️ 24 agosto, 21h45 • Capitão Falcão (2015)
🎞️ 31 agosto, 21h45 • Bustarenga (2019) + Os Últimos Dias de Emanuel Raposo (2021)
🎟️ ENTRADA LIVRE
(sinopses nas notas dos filmes)
Bruno Aleixo foi convidado a escrever um biopic sobre a sua própria vida. Carecendo de ideias, foi pedi-las aos amigos mais próximos. Reunidos num café, cada um sugere uma ideia diferente, mais ou menos biográfica.
[15 agosto, 21h45]
Volta à Terra conta a história de uma comunidade em extinção: camponeses que praticam agricultura de subsistência numa aldeia das montanhas do norte de Portugal, esvaziada pela imigração. Entre a evocação do ado e um futuro incerto, seguimos os 49 habitantes da Uz pelas quatro estações do ano. Entre os habitantes encontramos António, antigo emigrante que realizou o sonho de regressar ao país e prepara a festa da aldeia para o Verão, e Daniel, jovem pastor que sonha com o amor ao anoitecer.
[17 agosto, 21h45]
Portugal, década de 1960. Capitão Falcão é reconhecido como o mais patriota dos super-heróis. Totalmente leal a António de Oliveira Salazar, o presidente do Conselho de Ministros, ele dedica-se a combater todas as ameaças à nação. E começam a manifestar-se estranhos movimentos antifascistas que podem pôr em causa o Estado Novo... Falcão, juntamente com o seu corajoso companheiro, Puto Perdiz, vai ter de encontrar um meio de eliminar todos os que se atravessem no seu caminho e tenham a audácia – e falta de escrúpulos – de se erguer contra a ditadura portuguesa, algo em que toda a sua vida acreditou.
[24 agosto, 21h45]
Como acontece em todos os verões desde que nasceu, Ana vai a Bustarenga, uma pequena aldeia situada na montanha, no interior de Portugal. Aos 36 anos, esta parisiense de origem portuguesa ainda é solteira. Os habitantes da aldeia, preocupados com o seu futuro, fazem-na compreender que o tempo urge. Ana vai ouvir os conselhos e os avisos dos moradores para encontrar o principe encantado segundo os preceitos da aldeia.
[31 agosto, 21h45]
sessão conjunta com Os Últimos Dias de Emanuel Raposo (2021)
Os Últimos Dias de Emanuel Raposo é um mockumentary sobre um apresentador mítico da televisão pública açoriana em inícios dos anos 90. Nas gravações do último episódio do programa que marca a sua despedida do pequeno ecrã, uma semana de trabalho turbulenta coloca Emanuel Raposo em rota de colisão com colegas de trabalho e em confronto com a aproximação do fim da sua carreira.
[31 agosto, 21h45]
sessão conjunta com Bustarenga (2019)
Em maio, Ourém até vai parecer Cannes. A Albardeira olhou para o circuito de festivais de cinema, entre Palmas, Óscares e Leopardos, para agora propor filmes que chegaram, viram e venceram, ou ficaram bem perto – e todos eles estreados nas salas portuguesas entre 2023 e 2024. A seleção inclui as novas obras de Wim Wenders e Hirozaku Kore-eda, bem como o primeiro filme português nomeado para um Óscar.
🎞️ 7 maio, 21h00 • A Sala de Professores (2023)
🎞️ 14 maio, 21h00 • Culpado – Inocente – Monsto (2023)
🎞️ 21 maio, 21h00 • Yannick (2023) + Ice Merchants (2022)
🎞️ 28 maio, 21h00 • Dias Perfeitos (2023)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
Fechámos abril na sala de aula, com um brilhozinho nos olhos. Abrimos maio também na sala de aula, desta vez com um ataque de nervos. Não há pinga de cinismo nem exaustão na protagonista, Carla, quando entramos na “Sala de Professores”: é uma profissional dedicada, que acredita nos seus alunos, mas essa crença não tarda a ser posta em causa.
Quando a sua turma começa a ser investigada por uma série de roubos, somos lançados numa espiral de dilemas. De crianças a adultos, entre laços e rupturas, verdades e mentiras.
[7 maio, 21h00]
O título original seria apenas Monstro, mas o lançamento português acrescenta-lhe uma condenação e um perdão. Adequa-se ao filme de Hirokazu Kore-eda, em que não podemos ficar demasiado seguros de nada: começamos por partilhar a inquietação de uma mãe, preocupada com o seu filho e o que se a na sua escola.
Tudo é frustrante e ambíguo; a banda sonora de Ryuichi Sakamoto reforça o suspense. Porque é que isto está a acontecer? Porque é que ninguém faz nada? Ainda sobra alguma unha para roer?
[14 maio, 21h00]
Quantos de nós já nos sentámos na plateia e pensámos “que desperdício de dinheiro”? Já é tarde para um reembolso do bilhete, mas ainda é possível tomar medidas: basta ter a coragem de Yannick, que se levanta a meio de um espetáculo, para protestar com os atores.
[21 maio, 21h00]
“Ice Merchants”, a curta-metragem de João Gonzalez que se tornou o primeiro filme português nomeado para um Óscar. Um pai e um filho que partilham um trabalho em risco, um luto eterno e um amor maior.
[21 maio, 21h00]
O que é um dia perfeito? Está ao alcance de qualquer um? Hirayama, empregado de limpeza de casas de banho em Tóquio, oferece-nos algumas respostas, no último filme do cineasta Wim Wenders (a quem o Teatro Municipal de Ourém dedicou um ciclo de cinema em abril 2022). Canções que furam a rotina, estranhos cujo sorriso ilumina o dia, o verde das folhas entrecortado pela luz do sol. Koji Yakusho, reconhecido como Melhor Ator em Cannes (onde também ganhou o Prémio do Júri Ecuménico), guia-nos pelas mais simples, caricatas e comoventes emoções da vida.
[28 maio, 21h00]
Títulos recolhidos na tertúlia da sessão 2 (WALL•E) no ciclo Sou uma Máquina, Sim: os filmes que os participantes repetiram vezes sem conta + os filmes bizarros em que nunca mais ninguém pensou na vida
Pedro João
André
Mafalda
Toni
Daniela
Tiago
Maria
Pedro Oliveira
João Marçal
Lara
...plus 9 more. View the full list on Letterboxd.
]]>Aos 50 anos do 25 de Abril, vamos à revolução – por partes.
“Só há liberdade a sério”, cantou Sérgio Godinho em 1974, “quando houver a paz, o pão, habitação, saúde, educação”. Cinco sessões, cinco princípios.
Neste mês, agarramos o cinema que palpita, ferve e respira; um alerta para os direitos conquistados, os projetos sonhados e também os dormentes. Filmes que nos lembram de não tomar as nossas liberdades por garantidas; reptos para as vivermos e defendermos todos os dias.
🎞️ PAZ • 2 abril, 21h • Nação Valente (2022)
🎞️ PÃO • 9 abril, 21h • A Lei da Terra (1977) + O Preço do Trigo (1909) + Ilha das Flores (1989)
🎞️ HABITAÇÃO • 16 abril, 21h • Continuar a Viver ou Os Índios da Meia-Praia (1976) + Porto, 1975 (2010)
🎞️ SAÚDE • 23 abril, 21h • Pára-me de Repente o Pensamento (2014)
🎞️ EDUCAÇÃO • 30 abril, 21h • Ser e Ter (2002)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
Só há liberdade a sério quando houver paz – algo que foi negado não só às famílias que se despediram dos filhos, despachados para a Guerra Colonial, como aos territórios que reivindicaram a sua independência durante 13 anos de luta armada. Em “Nação Valente”, o angolano Carlos Conceição não propõe um hino a este período, mas sim um percurso pelas feridas, violências e horrores da luta armada – necessário num Portugal ainda traumatizado, ainda reticente em revisitar o seu ado.
[2 abril • 21h00]
Só há liberdade a sério quando houver pão – um princípio que orientou a Reforma Agrária no Alentejo, entre 1974 e 1975. "A terra a quem a trabalha!" é o manifesto de “A Lei da Terra”, que vai da relação vertical entre patrões e trabalhadores, durante o salazarismo, ao arranque das cooperativas com vista à expropriação de terrenos.
Um olhar 360º sobre a luta de classes durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), assinado por dois membros do Colectivo Grupo Zero: Alberto Seixas Santos (realizador de "Brandos Costumes") e a sueca-portuguesa Solveig Nordlund.
A sessão é antecedida de duas curtas-metragens: “O Preço do Trigo” (D. W. Griffith, 1909)* e “Ilha das Flores” (Jorge Furtado, 1989)
[9 abril • 21h00]
Só há liberdade a sério quando houver pão – um princípio que orientou a Reforma Agrária no Alentejo, entre 1974 e 1975. A exibição do documentário "A Lei da Terra" (1977) será antecedida de duas curtas-metragens: “O Preço do Trigo” (D. W. Griffith, 1909)* e o pseudodocumentário “Ilha das Flores” (Jorge Furtado, 1989), histórias de como os humanos deram nova função aos bens alimentares: em vez de nutrir corpos, engordar carteiras.
*A curta-metragem “O Preço do Trigo” será acompanhada de música ao vivo pela percussionista Daniela Antunes.
[9 abril • 21h00]
Só há liberdade a sério quando houver pão – um princípio que orientou a Reforma Agrária no Alentejo, entre 1974 e 1975. A exibição do documentário "A Lei da Terra" (1977) será antecedida de duas curtas-metragens: “O Preço do Trigo” (D. W. Griffith, 1909)* e o pseudodocumentário “Ilha das Flores” (Jorge Furtado, 1989), histórias de como os humanos deram nova função aos bens alimentares: em vez de nutrir corpos, engordar carteiras.
*A curta-metragem “O Preço do Trigo” será acompanhada de música ao vivo pela percussionista Daniela Antunes.
[9 abril • 21h00]
Só há liberdade a sério quando houver habitação – um direito que continua, 50 anos depois, sob ameaça. Recuamos a 1976, com António da Cunha Telles (nome essencial do Cinema Novo Português) a guiar-nos pela comunidade piscatória da Meia-Praia, no Algarve. Um documentário sobre as míticas operações SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), substituindo as barracas da comunidade por casas de tijolo. Imagens de um marco na arquitetura portuguesa e na solidariedade popular, devolvendo a dignidade às populações desprotegidas.
A sessão é antecedida da curta-metragem “Porto, 1975”.
[16 abril • 21h00]
Só há liberdade a sério quando houver habitação – um direito que continua, 50 anos depois, sob ameaça.
Na sessão de 16 de abril, o filme "Continuar a Viver ou Os Índios da Meia-Praia" (1976) é antecedido da curta-metragem “Porto, 1975”, da cineasta Filipa César. Este é um longo plano-sequência sobre a Cooperativa das Águas Férreas da Bouça, um complexo de habitação social projetado por Álvaro Siza Vieira no programa SAAL.
[16 abril • 21h00]
Só há liberdade a sério quando houver saúde — física e mental, sabemo-lo cada vez melhor. Neste documentário, Jorge Pelicano entra no Hospital Psiquiátrico Conde de Ferreira – onde foi internado, em 1894, o poeta Ângelo de Lima. É esta personagem que vemos construir, em 2014, o ator Miguel Borges. Para tal, conhece os utentes e atores do grupo de teatro terapêutico, e partilha as suas rotinas: conversas de corredor, as refeições, as sessões de terapia, as pausas para fumar, as contagens de moedas para o café.
[23 abril • 21h00]
Só há liberdade a sério quando houver educação — não apenas profissional, mas afetiva e humana. É isso que temos a sorte de testemunhar em “Ser e Ter”, que, para surpresa de todos os envolvidos, foi um êxito de bilheteira. Realizado pelo francês Nicolas Philibert, o documentário acompanha um professor a lecionar numa escola de turma única, num meio rural, com crianças entre 4 e 11 anos de idade. Simples e terna, uma carta à infância que tivemos – ou que queríamos ter tido.
[30 abril • 21h00]
A cada fotografia que lhe é tirada, um corpo perde uma camada, para nunca mais voltar: esta era a tese de Balzac, filósofo do século XVIII, só para verem há quanto tempo andamos desconfiados de toda e qualquer tecnologia. “No seu estado natural, cada corpo é composto de uma série de imagens fantasmagóricas sobrepostas em camadas infinitas, embrulhadas em películas infinitesimais”, dizia ele sobre o simples mecanismo do daguerreótipo, uma tecnologia analógica. Imaginem contar-lhe o tipo de composições que agora fazemos com inteligência artificial generativa!
Estamos igualmente assustados e entusiasmados com todas estas possibilidades. Para as avaliarmos em conjunto, quatro clássicos de ficção científica: de carne, osso, metal e infravermelhos. Uma programação turbinada – e não lhe falta nada.
🎞️ 5 março, 21h00 • Metrópolis (1927)
🎞️ 12 março, 21h00 • WALL•E (2008)
🎞️ 19 março, 21h00 • Blade Runner: Perigo Iminente (1982)
🎞️ 26 março, 21h00 • 2001: Odisseia no Espaço (1968)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
O cinema de ficção científica começa aqui, nas trocas proibidas entre o jardim das elites e o submundo dos trabalhadores. Metropolis, do expressionista alemão Fritz Lang, é um compromisso com um futuro respirável, contra a exploração – e uma profecia atual desde 1927. Pelo ecrã desfilam cenários maiores do que a própria vida e rostos hiper-dramáticos, como se nos tentassem avisar, num grito mudo, o humano que se deixará esmagar pela tecnologia.
[5 março, 21h00]
Sabemos o que vão pensar: eis a sessão infantil. Qualquer pessoa é bem-vinda, portanto esse juízo não está 100% errado, mas este é um filme de animação sem criancices (parte da conceituada coleção Criterion). O esbugalhado WALL·E tem como missão limpar uma lixeira a céu aberto, isto é, o planeta Terra no ano de 2805. A visita de uma robô moderna traz-lhe a esperança de amar e o broto de uma nova vida, numa história em que a nostalgia, a linguagem corporal e os ruídos maquinais vencem as palavras.
[12 março, 21h00]
Um filme pode ser só estilo e zero substância? Claro que sim, mas não é o caso deste clássico com Harrison Ford. A história do caçador de humanóides, dispersos por uma cidade traçada a néon, é a ficção científica aparentemente mais linear deste ciclo. Mas sob os arranha-céus e a assustadora imensidão dos outdoors digitais (duas décadas antes de serem uma realidade), há uma intriga muito mais complexa. Blade Runner é paranóia e ambiguidade moral, a vertigem do futuro e o fim dos tempos, tudo em simultâneo.
[19 março, 21h00]
“Verdadeiro bailado sinfónico de formas, cores e sons”, disse o cineasta e crítico Lauro António: palavras de quem viu, repetiu e tornará a mergulhar em 2001, nunca sabendo bem o que esperar da próxima vez. A obra-prima de Stanley Kubrick é ampla e errante: mil órbitas que nos levam do impulso criador ao orgulho de ostentar; mil foguetes lançados, até percebermos, de repente, que talvez a nossa ambição tenha ido demasiado longe. E se já for tarde demais para agir?
[26 março, 21h00]
Podíamos florear isto até à morte, mas a ideia é simples: em fevereiro namora-se. Compram-se chocolates e ramos de flores, regateiam-se uns beijinhos e talvez se troquem umas dentadas. Só que esse não é o amor que queremos ver na tela. Nós queremos aquele que justifica gastar quilómetros de película e horas do nosso tempo, aquele que sobrevoa o abismo (ou a falésia, para citar os Santamaria) e nos agarra em pleno céu. A morte espreita por todos os cantos deste primeiro ciclo, mas a salvação também.
🎞️ 6 fevereiro, 21h00 • O Medo Come a Alma (1974)
🎞️ 14 fevereiro, 21h00 • Amor (2012)
🎞️ 20 fevereiro, 21h00 • Vulcão: Uma História de Amor (2022)
🎞️ 27 fevereiro, 21h00 • O Azul do Cafetã (2022)
🎟️ [bilhetes]
(sinopses pela Albardeira nas notas dos filmes)
Na sua 17.ª longa-metragem, o realizador alemão Rainer Werner Fassbinder desenha a relação entre a sexagenária Emmi, trabalhadora de limpeza, e o emigrante marroquino Ali, com quase 40 anos. A esta ligação genuína, ainda que aparentemente inexplicável, opõe-se o preconceito de uma sociedade rasa, desconfiada por pressuposto – ao ponto de Emmi e Ali começarem a duvidar dos seus próprios sentimentos. “O Medo Come a Alma” é um filme revoltante mas quieto, de composição imaculada.
[6 fevereiro, 21h00]
Vamos falar do elefante na sala: sim, este filme conta com a participação de Rita Blanco. Mas o que é mais interessante, nesta sessão especial de Dia dos Namorados, é o quanto o realizador austríaco Michael Haneke testa os limites da palavra “Amor”: torna-se sinónimo de fim, fraqueza e demência. Georges e Anne, professores de música reformados e casados, veem-se a braços com a co-dependência no sentido mais literal. Se “Amor” não deixa de ser um título apropriado, “Agonia” também não seria má ideia.
[14 fevereiro, 21h00]
A morte afasta-nos de quem amamos, como aconteceu com Katia e Maurice Kraff. Mas não é exagero dizer que sabiam para o que iam. Falamos de um casal de vulcanólogos mediáticos, pioneiros na fotografia e gravação destas fendas – ou seja, material não faltou para fazer este documentário movido a magma, quase impressionista, portento de cor e textura. Um relato sensorial, belo e assustador, de um amor que se confunde com a vocação. Talvez o menos trágico filme de sempre sobre uma tragédia.
[20 fevereiro, 21h00]
Em todos os momentos deste ciclo, há amor e um abismo. Aqui, encontramos o fantasma que assombra todo o cinema queer: face a um romance não heterossexual, qual será a reação do mundo em redor? ado em Marrocos, "O Azul do Cafetã" não propõe uma utopia, mas sim um amor amigo, que se adapta e consente. É fácil imaginar a cena de traição, assim que os alfaiates Halim e Mina recebem um estagiário no seu ateliê, mas a cineasta Maryam Touzani leva-nos por um caminho menos óbvio – e mais feliz.
[27 fevereiro, 21h00]
Provavelmente estás a ler isto enquanto choras em posição fetal, sem saber o que fazer da tua vida agora que acabou a temporada. E nós entendemos. É duro. Terça-feira à noite era aquele momento em que tu finalmente paravas, desancavas o mundo com o teu “que porcaria” na conversa pós-sessão, e voltavas para casa a duvidar de tudo. (A menos que sejas a minha mãe. Nesse caso, terça à noite é dia de lavar o cabelo. Por isso, o cinema não lhe aquece nem arrefece, ao contrário do couro cabeludo.)
Mas sim, é verdade: chegou o calor, chegou a moleza, e entrámos em modo estivação cinéfila. O projetor precisa de uma pausa. Nós também. E, sejamos honestos, há um certo prazer em fingir que vamos finalmente pôr os papéis em ordem, arrumar a programação para outubro e novembro com antecedência, e limpar os cookies existenciais. Spoiler: não vamos.
Mas não é por muito tempo! Já deixámos a promessa sussurrada de que “em agosto estamos de volta” — e estamos mesmo. Vem aí o nosso Ciclo de Cinema Português ao Ar Livre, com filmes a céu aberto, pipocas, e a mesma devoção de sempre.
Mas até lá...
Um cineclube não vive só de terça-feiras. É partilha. É obsessão saudável (ou não — vejam Cinemania [2002] e decidam). É essa doença miudinha a que chamam cinefilia e que nos faz discutir em voz alta se o Lynch era génio ou aldrabão (outro spoiler: os dois). É ouvir um “eu nem gosto muito de cinema, mas gosto de vocês”. É o grupo de WhatsApp onde alguém — *cof cof* Maria Guedes *cof cof* — manda uma mensagem às duas da manhã a dizer “descobri um documentário soviético sobre a construção de um centro comercial brutalista na Lituânia nos anos 70!” (isto é hipotético, mas não é menos real por causa disso).
Por isso, em junho e julho, não vos queremos deixar de mãos a abanar. Aqui ficam algumas sugestões de sites gratuitos para ver cinema português e internacional — para não deixarem o espírito cineclubista morrer:
CINEMA ONLINE GRATUITO (as nossas sugestões)
🍿 CINEMA PORTUGUÊS:
• [DESTAQUE] Novocine: um novo filme português a cada 20 dias;
• [DESTAQUE] A Season of Classics Films: um programa organizado por várias cinemateca europeias que se estende de junho a dezembro de 2024 — filmes de animação de Abi Feijó e Regina Pessoa até dia 23 de junho (usem o código ASOCF2025);
• RTP Play: catálogo vasto de filmes, séries e documentários nacionais (e internacionais);
• Cinemateca Digital: arquivo histórico com mais de 1500 filmes (produção portuguesa de não-ficção do período 1896-1931) — com um conjunto de propostas educativas para os mais novos;
• CaixaForum+: vasto catálogo de conteúdos sobre cultura, arte, música, ciência, pensamento, literatura, arquitetura, design, cinema e história.
• Anilupa: cinema de animação feito por e para todas as idades.
• filmes avulso: Edgar Pêra “O Homem-Pykante”, Pedro Maia “How To Become Nothing“, Mariana Gaivão “First Light”, Mónica Baptista “Água Forte“, Bruno Ferreira “Pas de Confettis“, João Monteiro “José“, Joana Toste “A Gruta de Darwin“, David Doutel e Vasco Sá “O Sapateiro“, Nuno Beato “Mi Vida En Tus Manos“, Matilde Calado “Registo de Nascimento“, Paulo Pinto “Rigoroso Refúgio“, Paulo A. M. Oliveira e Pedro Martins “Calipso“, Filipe Melo “Sleepwalk”, André Almeida Rodrigues “Alfaião”, Welket Bungué “Bastien”, Hugo Pinto “Tu”, Tiago R. Santos “Vícios Para Uma Família Feliz”, João Pereira “Refém” e “Coragem“, Teresa Villaverde “Où en êtes-vous, Teresa Villaverde?”, Rui Pedro Sousa “George”, filmes de Pedro Freire; filmes de Sandro Aguilar, Lorenzo Degl'Innocenti “Dessassosego”, Marta Monteiro “Independência de Espírito”, Nuno Beato “Híssis”, Joana Toste “Ana, Um Palíndromo”, filmes de Pedro Serrazina, Margarida Madeira “Dona Fúnfia”, Adolfo Coelho “A Extraordinária Aventura do Zéca” (baseado nas sugestões de Filipa Silva e do Cineclube de Viseu).
🍿 CINEMA INTERNACIONAL:
• [DESTAQUE] Le Cinéma Club: um filme por semana, escolhido com curadoria apurada;
• [DESTAQUE] Reel Palestine: cinema palestiniano;
• HENRI – Cinemateca sa: raridades e obras restauradas pela Cinemateca sa;
• Another Screen: cinema feminista, experimental e político;
• European Film Awards: cinema europeu;
• e-flux: cinema e vídeo-arte de artistas contemporâneos, com curadoria rotativa;
• BFI Player: cinema de arquivo britânico;
• Ecstatic Static, UbuWeb, Vdrome: cinema experimental:
• Parachute Films: cinema georgiano;
• Cinemateca Suíça: cinema de arquivo suíço;
• Arquivo Nacional do Brasil: cinema de arquivo brasileiro;
• FIAF: arquivos de todo o mundo;
— André Mendes
Boicotes, hooliganismo e arremesso de tomates podres: apenas alguns dos protestos verificados à porta do Cineclube Albardeira, desde que deixámos de batizar os nossos ciclos com títulos de canções portuguesas.
Ouvimos o choradinho e, por isso, voltámos à mesma lógica que a TVI usa para as suas telenovelas, embora esse exemplo também mostre que o génio verdadeiro desperta quando se quebram as regras (2004, Baía das Mulheres).
E Tudo o Vencedor Levou: já quebrámos as regras, na verdade, porque é tradução do inglês, com a agravante de ser cantado por suecos. Corria o verão de 1980 quando os ABBA lançaram um dos marcos mais tristes (e gloriosos) na história da música gravada: "The Winner Takes It All". E é, volvidos 45 anos, na primavera de 2025, que se podem perguntar: que caralho tem uma canção sobre divórcio a ver com um ciclo de filmes premiados? Nada! ❤ A não ser a metáfora sobre vencedores e vencidos, completamente retirada de contexto (foi também assim que, em 2024, recorremos à "Grande Festa" da Lena d'Água: 'Inda Vou Ganhar o Festival).
Quatro noites no Teatro Municipal de Ourém (TMO); seis colecionadores de estatuetas, globos e troféus vários: uma mostra do cinema nas bocas do mundo. Esta noite (6 maio), há Sing Sing, carta de amor ao teatro e à reabilitação pela arte, e Percebes – não há degustação de moluscos algarvios, é só mesmo a curta-metragem de Laura Gonçalves e Alexandra Ramires, que ganhou o prémio máximo no Festival de Cinema de Animação de Annecy. No dia 13, veremos o último Almodóvar, O Quarto ao Lado, história de uma amizade no momento mais delicado de todos.
Seguimos com outra sessão dupla a 20: Flow: À Deriva – animação 100% construída com um programa open-source e que fez do gato a mascote nacional da Letónia – e Com Amor, Medo, diário de bordo da digressão europeia dos 5ª Punkada (banda da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra), que deu ao leiriense Telmo Soares o prémio IndieMusic no IndieLisboa 2024. Grande encerramento com A Substância, esse divisivo monstro da realizadora Coralie Fargeat e da atriz Demi Moore.
Parte-nos os corações dizê-lo: este é o nosso último ciclo no TMO…
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…até outubro. Mas tudo aponta para que, como no último verão, o Cineclube Albardeira percorra o concelho com uma tela às costas. Dentro e fora do TMO, somos como a Elizabeth e a Sue: apenas um. Um Cineclube só, cheio de pica e poucas horas de sono.
— Pedro João Santos
]]>Pela primeira vez em mais de um ano, o Cineclube não levou um bolo para a sessão de terça à noite, no Teatro Municipal de Ourém — porque recebemos instruções claras de quem nos apoia.
"Isto não tem jeito nenhum", protestou a Maria de São José (a nossa única espectadora que viu o Salò em sala no seu lançamento original em Portugal), anunciando: "Para a semana, trazemos nós os bolos!" Ordem acatada, repto aceite pelo resto da comunidade que temos vindo a construir. Na semana seguinte, a Paula fez um bolo galego, desenhando à superfície uma rosa-albardeira; a Berta trouxe panquecas e mochis, em linha com o filme que vimos nessa noite (Uma Pastelaria em Tóquio).
Lavado e posto a secar o Prato Forte, vamos Tomar a Liberdade: de programar com um punho erguido, de reivindicar aquilo que ainda nos podem tirar. É abril, e não é que a liberdade pese mais do que nos outros meses – mas é em abril que a palavra está em flor, que o cravo brota das nossas bocas. O Cineclube Albardeira dá o ecrã a quem luta por esse bem maior, fugindo pela dignidade, para encontrar uma comunidade – contra o ódio e a barbárie.
Começamos esta terça-feira (1 abril) por Eu, Capitão, a viagem homérica de dois primos, do Senegal até à Europa. E o que acontece quando se chega à Europa? A História de Souleymane (8 abril) é uma resposta bem possível: ficção realmente visceral sobre um estafeta vindo da Guiné-Bissau, a pedalar por Paris, sem chão nem paz. Pausa para respirar e rir – mas também chorar – com Orgulho (15 abril): o que aconteceu em 1984, quando gays e lésbicas ativistas se tentaram aproximar dos mineiros britânicos? Será possível a camaradagem?
A 22 abril, projetamos em Ourém No Other Land, o difícil e obrigatório vencedor do Óscar de Melhor Documentário. Basel Adra, um jovem ativista palestiniano de Masafer Yatta, na Cisjordânia, luta desde a infância contra a expulsão em massa da sua comunidade pelas autoridades israelitas. Ao registar a destruição das aldeias da sua região natal em câmara lenta, conhece Yuval, um jornalista israelita, que se torna o seu braço-direito.
De quantos quilómetros se faz o perdão? É o que vamos descobrir em Crossing: A Travessia (29 abril), o último filme do nosso ciclo de abril. Seguimos nas pisadas de Lia, professora reformada que viaja da Geórgia até à Turquia – tudo pela sua sobrinha trans, Tekla, desaparecida após a rejeição da família.
É com alegria que, sessão após sessão, repetem-se rostos e renovam-se outros. Que assim seja em abril, também: a união faz-se de choques entre gerações, partilhas mútuas de vocabulário, ideias que se adaptam sem nunca morrer. Se ver cinema não é lutar, que seja o germe da luta.
— Pedro João Santos
]]>"Programação de cinema também é pastelaria", penso cá com os meus botões, enquanto preparo o bolo que será servido hoje (11) no Teatro Municipal de Ourém (TMO), pelas 21h.
É a primeira sessão de Prato Forte, o cardápio do Cineclube Albardeira para março, e estou a sentir-me um pouco como a Babette que dá título ao filme. Em vez de uma farda, um avental de xadrez vermelho. No lugar do rum, uísque, porque era o que tínhamos na despensa. Sem ecrãs, apenas a batedeira e a vara de arames; o açúcar e a manteiga; a farinha e a baunilha. As paredes perfumam-se de álcool e caramelo, à medida que se vão amantizando no forno.
Este é um relato pobre, até miserável, dos prazeres da confeção. Se querem melhor, ponham-se a caminho do TMO, para ver a história de uma pequena e devota aldeia, que se vê a braços com o pecado da gula. A Festa de Babette far-se-á – independentemente do burburinho das beatas, custe o que custar – para mostrar o que realmente se leva desta vida. Antes da longa-metragem, o aperitivo não é menos importante: Comezainas, animação de Mafalda Salgueiro, em tributo à mesa alentejana e a quem alimenta as suas famílias todos os dias.
Uma Pastelaria em Tóquio (18 março) cheira a anko, isto é, pasta de feijão vermelho: a especialidade de Tokue, idosa que sonha voltar a fazer dorayakis (não confirmo nem desminto se vão dar à costa em Ourém). A um filme doce segue-se O Sabor da Vida (25 março), sensual e pachorrento, como devem ser os atos de cozinhar e comer.
Porquê a culinária? O paladar tem vindo a ser convocado em todas as nossas sessões: entre a pera e o queijo, há sempre conversa, e nunca de estômago vazio. Era uma questão de tempo até isto acontecer, e guardámos o mote para o nosso oitavo ciclo no TMO. Os nossos amigos da Madrasta, em Ferreira de Zêzere, têm promovido cine-jantares; nós, de certa forma, fazemos cine-ceias. Entre filmes e comida, aqui ninguém a fome.
— Pedro João Santos
Em 2021, ainda a associação andava de gatas entre candidaturas e protocolos, já o Cineclube era um borrão de tinta num caderno. Éramos quatro à volta da mesa, no estabelecimento de Fátima com o mais magnífico nome ("Saboreia Chá e Café"), a delinear uma proposta que devolvesse o cinema a Ourém, de onde nunca deveria ter saído.
Nessa tarde de sábado, escrevinharam-se nesse caderno alguns dos ideais a que temos tentado – tanto quanto possível, conforme os nossos empregos nos permitem – dar vida; uma vida humilde, mas real. Resultaram dessa reunião dois ciclos hipotéticos, apresentados nessa proposta que acabou ignorada: um sobre metacinema, que concretizámos em novembro do ano ado; o outro, designado O Milagre do Caos, começa hoje (4) com Corre Lola Corre estende-se pelas terças-feiras de fevereiro, sempre na Sala Estúdio do Teatro Municipal de Ourém (TMO), pelas 21h.
O título e o motivo, sugeridos pelo André Mendes, saíram ilesos dessa conversa de há três anos, mas nenhum dos filmes – por força de indisponibilidades em Portugal e limites orçamentais – permaneceu. Ainda bem, podemos dizer com segurança: é um ciclo mais maduro e imaginativo, sem gorduras nem redundâncias, e também um pouco mais arriscado (contar-vos-emos a reação do público ao Sweet Juices).
São quatro sessões em que vamos demonstrar o papel do caos no cinema, por redução ao absurdo. O caos é fatal, engole o personagem sem sequer o mastigar, deixa-nos a tremer – até que voltamos ao nosso próprio corpo, e o nó começa a desfazer-se. Conseguimos agarrar algo: uma resolução, um vislumbre, ou o próprio milagre do grande ecrã. "A vida presta", para citar Fernanda Torres. "E muito!"
Da vertigem experimental de Corre Lola Corre (hoje) ao ataque de pânico em longa-metragem Shiva Baby (11 fevereiro), da escalada de tensões urbanas em Do the Right Th— desculpem, Não Dês Bronca 🫠 (18) à mais literal luta por uma vida condigna em Flee: A Fuga, acompanhada por Genius Loci e a sua personificação impressionista do caos urbano (25).
Lá estaremos, antes das 21h, no TMO, com vontade de reencontrar quem tem vindo às últimas sessões, talvez algumas caras novas. O Cineclube são todas as pessoas que se esquivam do sofá nas noites de terça-feira, para verem um filme e conversarem connosco no fim. Na sua base, estão aqueles quatro que se encontraram no café: os mesmos que agora se distribuem entre a redação de textos, a preparação de conversas, a costura de trailers e cartazes e restante tralha para as redes sociais, a confeção de bolos e – claro – a cinefilia convulsiva.
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